O Sr. Ego T1 ep. 7- Quer ser feliz ou quer ter razão?
Toda a gente quer ser feliz. Pelo menos é o que dizemos, mas pela forma como nos agarramos às coisas que nos fazem sofrer, até parece que não.
DetailsToda a gente quer ser feliz. Pelo menos é o que dizemos, mas pela forma como nos agarramos às coisas que nos fazem sofrer, até parece que não.
DetailsAmor é uma palavra enorme: cabem lá dentro sentimentos diversos e contraditórios que parecem excluir-se mutuamente. Por amor dá-se a vida, salva-se, acarinha-se, protege-se e (alegadamente) também por amor mata-se, condena-se, rejeita-se e ataca-se. Parece até – e vejam a contradição! – que mais depressa queremos bem a quem mal conhecemos do que àqueles que nos estão ligados por laços mais estreitos. Porque será?
DetailsO melhor/pior inamigo do Sr. Ego é ele próprio e os problemas de relacionamento começam em casa. O ego tem consigo próprio uma relação de amor/ódio tanto mais intensa quanto mais for “gordinho”. Assim, amar-se ou odiar-se são facetas opostas da mesma fixação egóica.
DetailsNa nossa peregrinação pelas terras egóicas chegamos, no episódio de hoje, a um dos principais centros nervosos do mundo samsárico: as relações. Sobre o assunto há tanto para dizer que nem sei por onde começar…
DetailsVimos no episódio anterior que uma das estruturas mentais mais básicas através da qual o ego existe é a identificação. Quando me identifico com algo, torno-o parte da minha “identidade”. É o que faço com as coisas (e também com as pessoas, mas isso fica para um próximo episódio).
DetailsAlbert Einstein, que não era só extraordinariamente inteligente mas também muito sábio, disse: “O ego é uma ilusão de óptica da consciência”. Sem dúvida semelhante à que nos leva a ver uma serpente onde há apenas um pedaço de corda, acrescenta o Buda. Será possível que todos os nossos tormentos venham de um erro tão estúpido? É.
DetailsO senhor ego é um vil patife que inferniza as nossas vidas. Estou a falar do ego como é visto pelo budismo e não do ego da psicologia. Não sei falar deste último, mas posso dizer alguma coisa do primeiro.
DetailsRenúncia é uma palavra que ninguém gosta de ouvir. Cheira assim a coisa fora de moda, a convento, a celibato forçado… Mesmo no contexto budista, sugere a ideia de abandonar tudo, deixar para trás prazeres, amigos, bens e ir enfiar-se num sítio solitário, viver com o mínimo, privar-se de tudo. E para quê?
DetailsPredispor-se para a gratidão significa não tomar seja o que for por garantido, devido ou obrigatório. Ninguém “tem” de amar-nos, respeitar-nos ou tratar-nos bem. Não há idades em que é proibido morrer nem situações que não podem acontecer.
DetailsToda a nossa atenção é canalizada para as pequenas coisas do dia a dia: terminar esta ou aquela coisa, fazer um telefonema, enviar um email, ir levar os miúdos à escola, preparar o jantar… e os nossos pensamentos vão, inevitavelmente para aquilo que foi ou aquilo que vai ser.
DetailsSair da negatividade não é fácil. Na realidade, é um círculo vicioso. As experiências negativas geram expectativas negativas, as quais, por sua vez, condicionam-nos para interpretar negativamente as novas experiências. E, quando elas surgem, saímos delas reforçados na nossa maneira negativa de vermos o mundo, pensando: “Eu já sabia que isto ia acontecer!”
DetailsNão sei se são como eu, mas quando oiço falar do carácter inevitável do sofrimento fico sempre um pouco desconfortável. Apesar de conviver com os ensinamentos budistas há cerca de 38 anos e de ter ouvido, reflectido e até ensinado as quatro nobres verdades vezes sem conta, provavelmente a sua realidade ainda não deve ter penetrado em mim como era suposto.
DetailsConsideremos a natureza da felicidade. A primeira coisa a assinalar é que a felicidade é uma qualidade relativa. Experimentamo-la diferentemente de acordo com as circunstâncias. O que traz bem-estar a uma pessoa pode fazer sofrer outra. Todos nós, em geral, nos sentiríamos muito infelizes se fôssemos condenados à prisão perpétua. Mas um criminoso passível de pena de morte ficaria provavelmente muito contente ao ver a sua pena comutada em prisão perpétua.
DetailsOlhar para o lado bom da vida não significa fechar os olhos às ameaças terroristas ou à crise económica, fazendo de conta que não existem. Olhar para o lado bom da vida é uma opção. É escolher olhar para as pessoas boas e corajosas de que a vida está cheia, para os acontecimentos, descobertas ou iniciativas que trazem o bem e dignificam os seres humanos, dar-lhes importância e privilegiá-los em relação às outros, aqueles que a comunicação social atira cá para fora às centenas, quotidianamente.
DetailsO mundo está cheio de problemas. Haverá sempre problemas no mundo, haverá sempre problemas na nossa vida. Como alguém disse, a prática é sobre como viver com alegria neste mundo difícil. Então, temos de entender que há problemas, que haverá problemas, que nunca virá o dia em que não haja problemas.
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