Dado que todos queremos ser felizes e não sofrer e que tudo fazemos para isso, nunca lhe ocorreu perguntar-se porque continua a existir tanto sofrimento? Como é possível que, apesar de aspirarmos unicamente a ser felizes e fazermos todos os esforços para evitar a dor, acabemos tantas vezes por sofrer e fazer sofrer os outros?
O Budismo afirma que a felicidade é o resultado de ações, palavras e atitudes construtivas e o sofrimento o resultado de ações destrutivas. Por exemplo, quando temos uma relação com alguém comprometido, em busca de satisfação pessoal, pensamos que estamos em busca da felicidade. Mas, como esta ação é destrutiva – no sentido em que, mais ou tarde ou mais cedo, provoca sofrimento a alguém –, o seu resultado não pode ser positivo. Na realidade, a médio prazo, é uma situação que nos trará bem mais problemas do que satisfações e, portanto, ao agirmos deste modo, a nossa falta de discernimento produz o resultado inverso daquele que procuramos.
Assim, a maioria das nossas ações negativas são cometidas por inconsciência e irreflexão, confundindo as causas de felicidade com a satisfação imediata dos desejos. Se o nosso espírito estiver muito bem treinado e for naturalmente positivo e altruísta, é possível que os nossos desejos e apetites sejam causas de felicidade mas, o mais das vezes, são exatamente o contrário.
Como não refletimos sobre estas questões, a nossa visão é tão limitada que apenas vemos os benefícios imediatos das nossas ações. Esta é a razão pela qual os nossos atos produzem frequentemente o resultado inverso do que desejamos pois, neste processo, magoamos e prejudicamos os outros – ainda que involuntariamente e apenas como efeito colateral daquilo que pensamos ser bom ou importante para nós.
Por isso, é crucial percebermos que a nossa felicidade não existe separadamente da felicidade alheia nem pode ser obtida sacrificando os outros, enganando-os ou causando-lhes mal. Não se trata de uma questão moral nem de um julgamento de valores, é uma “mecânica” universal que decorre de estarmos todos fundamentalmente interligados.
Qualquer ato que faça alguém sofrer cria um processo negativo. É como um movimento, uma onda à superfície da água, um boomerang lançado no espaço. Esta onda repercute-se como uma reação em cadeia e a sua natureza destrutiva, contundente, dolorosa, transmite-se ao longo de todo o processo, acabando por voltar a nós, de imediato ou passado muito tempo, sob a forma de uma experiência dolorosa. Conhecer e respeitar esta lei nem sequer é altruísmo, apenas um egoísmo mais esclarecido.
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Nem sempre é/foi assim! Há quem só deu Amor a todos, além de não ter sido entendido foi crucificado!Como se explica?!
O karma é um assunto complexo e profundo! Do ponto de vista cristão – sendo Cristo o filho único de Deus – não se podem aplicar a ele os mesmos parâmetros que aos seres comuns e, por isso, a lei do karma não funciona com ele da mesma forma.